Da Morte À Arte
"Viver dói mais do que a morte, essa é uma certeza que tenho...". Foi a primeira frase que pensei, por fim, transcrevi no papel.
Em um dos meus inúmeros devaneios, procurando algo que ocupasse minha mente fértil e necessitada de estórias para contar, estava eu a pensar em como despedir-me do mundo físico e dar entrada no limbo. Sim, limbo! Morte é algo respectivo.
Aos meus pais, irmãs e irmãos, perdão por não ser o que esperaram de mim... Aos meus amigos, colegas, e conhecidos, peço apenas que... não me julguem mal, mas a vida pode ser muito cruel com as pessoas...
Sempre fui muito boa com as palavras, como dizia minha professora... Seu nome não vem ao caso agora, mas, se puderem, mandem um beijo para ela. Vou tentar explicar o porquê de tudo isso... Terei que ir mais a fundo no meu passado.
Ainda quando jovem, aos 12 ou 13 anos, alguém da minha família tentou abusar de mim (seu nome também não vem ao caso, agora. Não importa mais)... Os anos se passaram e eu fiquei calada. Todos ficaram... Com o tempo, as coisas se repetiram novamente, me perguntava qual era o MEU problema, o que eu fazia de errado... Pequenos gestos me fizeram ver os monstros escondidos por trás de cada pessoa. Acreditem, todos tem seu lado Fera, e não é nenhum conto de fadas.
Já pensei em me matar muitas vezes, mas a coragem nunca me veio - sempre me faltava, tudo por causa de um monstro que existia na minha cabeça, um abuso não só físico, mas mental, que me fez ter um início de depressão e passar por ele sozinha, como sempre passei por tudo. Sozinha.
Nunca quis machucar meus pais, mas é sempre o que eu faço desde que me entendo por gente... Minha mãe acha que eu não a amo, meu pai se sente excluído da minha vida... Não gosto dessa situação, e pretendo dar um fim nisso. Pedirei novamente: Não me julguem! Situações desesperadoras, pedem medidas desesperadas.
Estou fazendo isso por vocês, meus pais. Sei que vai doer, mas o tempo cura tudo... O tempo é rei.
Não estou achando sentido em viver, não acho alegria em respirar, como não tenho coragem suficiente para fazer sangrar até morrer, procurei outros meios não tão poéticos para isso... Me perdoem, eu amo muito vocês pai e mãe.
Aos meus amigos, peço perdão por tanta mágoa, tantas brigas, tantas loucuras... Agradeço pelo tempo que passamos juntos, foi uma época muito boa da minha vida, mas acabou. Tudo acaba aqui. Isso não é um até breve ou um até mais ver, é um adeus, para sempre.
Devaneios! O quão monstruosos podem ser?
Destrói corações e mentes frágeis, fazem cachoeiras salgadas saltarem dos olhos, sentimentos retraídos virem a tona, despejando dor e angústia por onde passa... Devaneios... O que seria do poeta sem seus devaneios? O que seria do autor sem sua obra? O que seria de tragédia sem o seu espectador?
Destrói corações e mentes frágeis, fazem cachoeiras salgadas saltarem dos olhos, sentimentos retraídos virem a tona, despejando dor e angústia por onde passa... Devaneios... O que seria do poeta sem seus devaneios? O que seria do autor sem sua obra? O que seria de tragédia sem o seu espectador?
Saindo do devaneio, percebo a loucura a qual dei vida, a tristeza que libertei nos olhares, as linhas obscuras que escrevi. Após chorar, posso sorrir. Não vou dar cabo disto, pois respiro arte e enquanto ela estiver em minhas veias, posso dizer: Vivo! Vivo arte, e esta não me dói em nada!
13. Novembro. 2017 - @autoradaibarboza
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